Com uma frota de 45.894 veículos registrados junto ao Detran em fevereiro de 2015, a quantidade de veículos em Balneário Camboriú vem crescendo no ritmo das grandes cidades. No total, em todo o estado são 4.434.738 carros licenciados. Os números comprovam o que na prática a população já sente nas ruas, como a falta de mobilidade urbana e de espaços para estacionar os veículos.
Para lidar com o problema dentro dos condomínios, síndicos e condôminos têm buscado novas soluções tecnológicas para a duplicação de vagas de garagens e minimizar a falta de espaço nos estacionamentos dos edifícios residenciais e comerciais.
Segundo Paulo Wilson, diretor comercial de uma empresa fabricante de elevadores para veículos, os equipamentos utilizados até mesmo em shoppings e supermercados oferecem total segurança e podem ser instalados com facilidade desde que se tenham as medidas necessárias para instalação (2,5 metros de altura e 3,0 metros de largura). “O grande problema não é o custo do equipamento, e sim o receio natural dos usuários que têm a falsa impressão de que o carro pode cair lá de cima, mas os elevadores são 100% seguros”, ressalta o profissional.
Com fabricação totalmente nacional, os equipamentos são desenvolvidos com alto padrão de segurança, inclusive com o envolvimento de bombeiros, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), além do Ministério do Trabalho que regulamenta o sistema de operação. “Utilizamos o sistema rosca sem fim e isso evita riscos de haver o rompimento de mangueiras, conexões ou bomba hidráulica. Haverá risco de acidente apenas se o veículo for posicionado ou acessado de maneira inadequada. Porém, temos centenas de equipamentos instalados em todo o País e nunca tivemos notícia de nenhum acidente”, destaca Paulo.
Família
Morador de Curitiba, João Renato Piovezan possui um apartamento de veraneio no edifício Ilha de Bali, em Itapema. Com apenas uma garagem disponível, receber familiares se tornava um problema na hora de estacionar o carro dos visitantes.
A solução encontrada por João foi instalar um elevador duplicador de garagens. “Entrei em contato com a empresa catarinense, pedi a autorização na assembleia do condomínio e contratei a instalação junto com outro condômino que também se interessou na época”, relata o morador.
Na avaliação de João o equipamento tem suprido a necessidade da família e duplicando a vaga no mesmo espaço. “Já faz um ano que coloquei o equipamento e está funcionando bem. Não tenho queixas”, descreve.
Operacionalização
De acordo com o diretor comercial, as maiores dificuldades encontradas pelos usuários normalmente estão ligadas à utilização inicial do elevador. “É extremamente fácil a operacionalização do equipamento, mas sempre que instalamos fazemos uma entrega técnica do equipamento, onde são passadas todas as instruções de como operar. Além disso, deixamos sempre um técnico local à disposição para o acompanhamento e garantia de satisfação do cliente, além do suporte pelo telefone”, completa Paulo.
Paulo explica que a manutenção do equipamento tem um custo extremamente baixo. “O usuário deverá apenas acompanhar a lubrificação do equipamento. Para os duplicadores com lubrificação automática, dependendo da quantidade de ciclos de descidas e subidas por dia precisará trocar o óleo a cada três anos de uso. Nos modelos com lubrificação a graxa, o equipamento precisa ser lubrificado a cada 60 dias”, orienta o profissional.
Aprovação em assembleia
O advogado de Balneário Camboriú, Luiz Fernando Ozawa, defende a tese de que, em se tratando de edifícios, a instalação do equipamento exige a necessidade de discussão e deliberação em assembleia. Ele explica que duplicar o peso sobre a laje da garagem pode importar em prejuízo comum ao condomínio e se for aprovado para um, todos poderão gozar do mesmo direito de instalação. “Evidente que se houver riscos há interesse coletivo e a função social da propriedade deve ser atendida sobrepondo-se à simples vontade do proprietário. É a mesma análise utilizada para a supressão de paredes internas nas unidades privadas, ou alterações da fachada e outras situações que misturam uma ação privada com consequências coletivas”, destaca o especialista.
O advogado recomenda que o condômino que quiser adquirir e instalar tais aparelhos submeta a intenção ao condomínio, que, por sua vez, pode encomendar um estudo técnico de viabilidade e impactos com engenheiros civis, por exemplo. “A despesa do estudo deve ser por conta do interessado, a não ser que em assembleia os demais demonstrem ter interesse em custear tais laudos”, conclui Luiz.
Por Graziella Itamaro
Fonte: CondomínioSC