Energia reativa excedente

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Saiba o que é e como pode afetar as finanças do seu condomínio

O nome pode assustar um pouco e até remeter a alguma aula de física no passado. Mas energia reativa é algo fácil de explicar – e também de entender o motivo de ser cobrada na conta de luz do condomínio.

Basicamente, energia reativa é uma energia que não produz um trabalho em si, mas ajuda outros componentes a fazê-lo. A utilização dese tipo de energia pelo equipamento, apesar de necessária, deve ser a menor possível.

Acontece que os equipamentos que fazem uso excessivo dessa energia reativa, como bombas hidráulicas, elevadores e reatores, podem apresentar baixa eficiência energética.

E para inibir essa ineficiência do uso da energia, desde 2000 (artigo 64 da Resolução 456), a ANEEL autorizou as concessionárias a cobrarem por esse tipo de excesso. Para tanto, porém, a cobrança só é possível de ser aplicada em condomínios com medidores eletrônicos.

Essa é a razão de muitos condomínios passarem a ser cobrados após a troca dos medidores de energia. O modelo antigo, que era eletromecânico, não mensurava o consumo de energia reativa.

Para se ter uma ideia, em alguns casos, o valor cobrado pelo excedente pode chegar a R$ 800 mensais na conta de luz do condomínio.

E como saber se o seu condomínio está pagando pelo uso dessa energia?

O primeiro passo para saber se isso está acontecendo é dar uma boa olhada na conta de luz do seu condomínio.

Em geral, o consumo vem especificado como “energia reativa excedente”, mas pode vir “camuflado” com siglas ou outras denominações. Depende de como cada concessionária discrimina o consumo na conta, mas pode estar expresso como kVArh (quilovoltampère-reativo-hora).

E além do pagamento na conta, há outro preço que a energia reativa cobra: sua presença leva a mais aquecimento da fiação, deixa a rede mais instável e gera perda de energia.

Vale frisar que apesar da possibilidade da cobrança ser feita no país todo, algumas cidades ainda não cobram o adicional por falta de medidores mais modernos. No Rio de Janeiro e em São Paulo, condomínios residenciais têm 90 dias para adequar seu consumo, em caso de notificação.

Caso o local não altere o consumo, uma multa é cobrada mensalmente.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o procedimento é similar e também há cobrança da energia reativa excedente.

O que é energia reativa

A  energia reativa é necessária, por exemplo, para fazer a bobina de  um motor elétrico ou o reator de lâmpadas fluorescentes funcionarem, porque esses precisam de energia eletromagnética. Então, com a ajuda da energia reativa, a bobina é acionada e assim, o motor de um elevador funciona. Ou com a energia reativa, um  reator  eletromagnético colabora para a lâmpada fluorescente acender.

E por que então essa energia seria cobrada de maneira diferente? Principalmente porque os equipamentos que fazem uso excessivo da energia reativa podem ter baixa eficiência energética (ou um baixo fator de potência).

Fator de potencia é a relação entre a energia ativa (a que conhecemos e pagamos sempre na conta de luz- para fazer trabalho, como acender uma lâmpada,  mover um motor, aquecer um ferro elétrico) e a energia total. Quanto mais próximo de 1, mais eficiente é a instalação elétrica de um imóvel, ou seja, quase 100% da energia elétrica consumida é utilizada efetivamente para gerar trabalho.

Causa

Hoje em dia, um equipamento que apresente alto fator de potência tem aproveitamento de, no mínimo, 92%. Isso quer dizer que seu desperdício para efetuar um trabalho é de no máximo 8%.  E é esse o aproveitamento que as concessionárias de energia pedem aos consumidores. Dessa forma, a energia é utilizada de maneira ecologicamente correta, além de não sobrecarregar fios e instalações das concessionárias na sua rede elétrica.

Para as instalações com fator de potência abaixo de 0,92 ainda é cobrada taxa adicional para energia reativa excedente.

Como evitar

Muita coisa pode ser feita para que o condomínio não pague o excedente referente à energia reativa. E a primeira delas é procurar uma empresa especializada, que deve contar com um engenheiro elétrico capacitado.

O prestador de serviços deve fazer uma avaliação dos equipamentos que mais geram essa energia reativa, que são motores elétricos superdimensionados ou subutilizados, transformadores alimentando pequenas cargas por longo período de tempo, além dos reatores eletromagnéticos com baixo fator de potência de lâmpadas fluorescentes, vapor de mercúrio, etc.

A partir dessa análise e com os dados da conta de luz em mãos – que dirá o tamanho do prejuízo do condomínio com energia reativa – é que se escolhe entre a instalação de um banco de capacitores ou pela substituição dos equipamentos por outros mais modernos, com fator de potência mais alto.

Um banco de capacitores geralmente é a saída para corrigir esse consumo, mas o investimento é alto: pode chegar a R$ 10 mil. Portanto, só vale a pena para quem tem altos gastos com energia reativa todos os meses.

E há também outro problema com os bancos de capacitores. Caso não sejam automatizados, quando não há demanda pelo seu trabalho, eles geram energia reativa capacitiva – outro tipo da mesma energia que se deseja sanar.

A outra saída é substituir, aos poucos, os equipamentos do condomínio que geram o problema, como bombas de água e de piscina, motores dos elevadores e reatores de lâmpadas. Optando por equipamentos mais modernos e com alto fator de potência, o local se adequa às exigências das concessionárias e também reduz seu consumo de energia.

Em suma, considerando que o custo com energia é um dos grandes pesos nas finanças do condomínio, vale a pena  analisar a conta com cuidado para saber o que vem sendo cobrado. Fica a dica do SíndicoNet para a economia e um consumo mais consciente de energia.

Fonte: SindicoNet

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