Muita gente tem aproveitado para fazer negócio com os próprios vizinhos e ganhar uma renda extra sem sair de casa.
Com a multiplicação da oferta de produtos e serviços e a facilidade de divulgação por meio de redes sociais, os condomínios residenciais na Grande Vitória viraram um ambiente propício ao comércio, onde grupos de aplicativos de celular são usados como “vitrine” de quem vende bolo, pães, roupas e acessórios.
Assim, muita gente tem aproveitado para fazer negócio com os próprios vizinhos e ganhar uma renda extra sem sair de casa.
A crise econômica também contribuiu para que as pessoas buscassem empreender por necessidade, usando habilidades para ter uma nova fonte de renda.
Priscila Pani aprendeu a fazer empadão de frango depois que percebeu que, dentre os vários produtos vendidos em seu condomínio, esse ninguém ainda ofertava. De lá para cá, já são seis meses. “Trabalho de dia e atendo à noite e nos fins de semana. É uma renda importante, pois meu marido está desempregado”, conta.
A principal vantagem dos negócios dentro dos condomínios, segundo o consultor de marketing, Eurípedes Pedrinha, é a comodidade. “É um negócio conveniente. O cliente está perto do vendedor, ele entrega na porta de casa, é possível trocar produtos com facilidade. São muitas vezes pessoas que chegam do trabalho no mesmo horário, tem hábitos parecidos”, ressaltou.
E a tecnologia potencializa os contatos com clientes, já que coloca os vizinhos em contato permanente, explica o consultor. “Aquela pessoa que faz um doce muito gostoso, que nunca pensou em vender, consegue mandar uma foto para todos os contatos avisando que está fazendo. Várias pessoas encomendam, e assim começa o negócio”.
Foi o que aconteceu com a professora Andréia Guimarães, de 41 anos. Ela começou a fazer bolos há um ano a pedido de parentes. Logo começou a receber encomendas no condomínio onde mora, na Serra.
“Vendo no condomínio e até para fora. Uma pessoa vem para um aniversário dos vizinhos, gosta, e encomenda. Virou uma renda extra importante”, conta.
Essa forma de atuação tem ganhado mais espaço e é uma boa oportunidade para empreender. No entanto, funciona melhor como fonte de renda extra do que como um trabalho principal. Nesse caso, é preciso ir para além dos muros do condomínio, diz Pedrinha.
“Está crescendo mas não vejo as vendas nos condomínios como negócios principais. Ninguém vive do próprio condomínio, mas em todos os condomínios têm uma doceira, uma cabeleireira, uma manicure”.
Para o professor de empreendedorismo da Pio XII, Carlos Eduardo Freitas, as vendas por redes sociais não são só uma tendência, mas também uma realidade em franco crescimento.
“O Whatsapp e outras redes sociais vieram para ficar e são grandes aliados na comunicação para todas as idades. Há bastante público interessado neste tipo de negócio tendo em vista o mercado atual e a comodidade de fazer um pedido pelo celular e receber em casa um produto de procedência, podendo, inclusive, pagar quando receber o salário”, constata.
Do ponto de vista do empreendedor, é importante apostar nos segmentos em que há maior facilidade em lidar ou produzir.
“Produzir comida ainda é muito interessante, mas o importante é saber vender e ter uma grande lista de clientes para fazer contatos. É preciso avaliar essas questões antes de começar um negócio, mas se o negócio for informal já envolve pouca margem de risco”, explica.
Fonte: G1