Gabriela Medrado*
Rose usa app para tratar de assuntos do condomínio
Mila Cordeiro | Ag. A TARDE
Problemas corriqueiros em condomínios, como equipamentos com problema e reclamações sobre vizinhos, podem causar grandes dores de cabeça, sobretudo quando não há uma boa comunicação entre os condôminos, síndicos e administradores.
Pensando em responder melhor aos moradores, facilitar a gestão, e até mesmo controlar a segurança no condomínio, síndicos adotam novos aplicativos específicos. Essas plataformas podem ser acessadas por todos os moradores e contam com funções como cadastro de visitantes, reserva de salão de festas e solicitação de manutenção.
“Através do app o condômino pode, por exemplo, mandar uma foto de uma lâmpada queimada no corredor ou um elevador quebrado. A solicitação de manutenção vai para o síndico, e todos os moradores podem acompanhar o status do problema”, explica Thiago Porto, analista de sistemas e sócio do app Condomob.
A ideia do aplicativo surgiu quando a empresa de Thiago Porto estava criando um sistema para um condomínio. “Percebemos que algumas funções seriam mais práticas em um aplicativo. Ninguém tem tempo para sentar na frente do computador e relatar um problema no prédio”, conta Porto.
Muitas funcionalidades do app foram sugeridas pelos próprios síndicos que o implantaram em seus condomínios, como o agendamento de manutenções e o registro de visitantes. Outra possibilidade é a criação de assembleias virtuais, onde os condôminos podem discutir pautas e, ao final, realizar uma votação por enquete.
A possibilidade de se comunicar com os condôminos atraiu Rose Cordeiro, que gerencia desde janeiro um condomínio de 320 casas em Camaçari e implantou o Condomob um mês depois. Ela já foi síndica outras vezes e utilizou grupos no WhatsApp para a comunicação: “Nesses grupos eu acabava perdendo muita informação e tinha dificuldade de responder aos moradores”, conta Rose.
Utilizando o aplicativo, ela consegue responder aos problemas relatados com mais rapidez e alcançar um número maior de moradores com seus avisos, já que muitos ainda estão com casas em construção e não vão ao condomínio: “Se não fosse pelo app não teria como informar os moradores de assembleias. Lá eu também sei quantas pessoas leram os avisos”, explica.
Já o síndico Jorge Igor Moreira utiliza o aplicativo Sivirino há cerca de um mês e percebe que o número de relatos de problemas no condomínio aumentou: “Os moradores preferem o app em vez do livro de ocorrências, porque o processo é mais fácil, rápido e não expõe o morador“, explica Jorge.
Para ele, a plataforma facilita na observação das normas do condomínio “O síndico e o administrador não são onipresentes, e o sistema facilita muito nosso trabalho”, conta. A segurança do prédio também está sendo incrementada, com o registro de visitantes e uma ferramenta que permite que o morador solicite a abertura do portão do prédio a distância.
Implantar o Sivirino no prédio exigiu alguns preparativos, como a aquisição de novos computadores para a portaria e o treinamento dos funcionários. “O aplicativo levou um tempo para ficar disponível integralmente, porque precisamos nos modernizar. Algumas funções, como a reserva do salão de festas e o cadastro de visitantes, serão feitas só por ele”, diz Jorge.
O síndico foi apresentado ao Sivirino por Thiago Reis, morador do prédio, professor e um dos sócios do aplicativo, que foi lançado há cerca de dois meses. A iniciativa começou a ser desenvolvida por Erick Sodré, aluno de Reis no curso de sistemas da informação, e contou com a adesão de Thiago e mais dois sócios.
Eles trouxeram sua experiência como moradores ao pensar nas funções do sistema, como a ferramenta que possibilita a conversa entre condôminos. “Funciona como uma rede social. É possível falar com os vizinhos, pedir açúcar para um bolo, uma carona, marcar um café”, diz Reis.
O recurso também cria engajamento para iniciativas coletivas. “No meu prédio alguns moradores dividiram os custos de uma professora de ginástica. O evento fica no mural do app e todos podem se inscrever”, conta.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
Fonte: A Tarde, UOL