Gestão de condomínio comercial exige preparo

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Síndico do mês dá dicas de administração e conta como implementou benfeitorias de grande porte

Marcelo Sicoli tem 37, é formado em relações internacionais. Ele também é consultor e corretor de imóveis. Atualmente, é o síndico do maior condomínio comercial do bairro Sudoeste, de Brasília.

Exercendo a função de síndico há cinco anos, Marcelo conta como ser consultor da área médico-hospitalar o ajuda a gerir o empreendimento que conta com 139 salas, com valor médio da taxa condominial de R$ 850.

“Conhecendo a fundo as necessidades dos profissionais que têm suas unidades aqui, fica muito fácil oferecer uma boa gestão”, conta o síndico, que já foi reeleito quatro vezes.

Administrando um condomínio comercial

Cuidar de um condomínio com esse perfil demanda conhecimentos específicos, que não passaram batido por Marcelo.

“Em 2012, quando comecei a me interessar pela área de condomínios, mesmo, fui fazer um curso de formação de síndicos. Desde então nunca mais parei. Aqui em Brasília, hoje, temos muitos cursos, eventos e workshops voltados para esse público”, relembra o gestor.

Atualmente, aliás, Marcelo não apenas assiste aos cursos como também os ministra.

Para ele, a figura do síndico em um empreendimento com esse perfil, mudou bastante nos últimos anos.

“Agora, vejo que os condôminos sabem a diferença que pode fazer ter um bom síndico, alguém que realmente entenda não apenas da gestão do condomínio, mas também das atividades praticadas pelas empresas lá dentro. Eles também entendem que um síndico pouco capacitado pode impactar diretamente em seus negócios”, argumenta ele.

    Benfeitorias e obras de grande porte

    Grupo Gerador

    Justamente por entender as demandas de consultórios, clínicas de estética e profissionais afins é que Marcelo capitaneou o projeto de instalação de um grupo gerador para o condomínio.

    “O equipamento atente a 100% das unidades do condomínio e teve um custo de cerca de R$ 300 mil”, enumera o síndico.

    Para pagar essa melhoria, o condomínio tinha em caixa cerca de R$ 150 mil. O restante foi parcelado em quatro vezes pelos condôminos.

    Troca de cobertura

    Porém, a obra que Marcelo acredita ser a principal da sua gestão foi a troca de uma estrutura do condomínio – uma cobertura de cerca de 920 m ².

    “Trocamos o todo policarbonato e vigas de sustentação do pátio central que já estavam com mais de 13 anos, por uma estrutura de lona tensionada, que melhorou a iluminação natural, a circulação de ar e o conforto acústico”.

    A benfeitoria custou R$ 700 mil – incluindo, nesse valor, o projeto de arquitetura, demolição da antiga estrutura e iluminação – e gerou também economia de energia, já que o uso de ar condicionado foi diminuído no local.

    O valor da obra foi dividido em 17 vezes pelos moradores, e envolveu fornecedores de Brasília para a remoção da antiga estrutura, de Belo Horizonte para a instalação da nova, e demorou quatro meses para ser finalizado.

    A gestão da obra também teve foco em sustentabilidade: as sete toneladas de metal removidos foram encaminhados para reciclagem. A lona foi encaminhada para artesões locais, ao invés de ser incinerada, e se transformou em bolsas para os condôminos.

    “Fizemos uma obra enorme em nossa área comum com as unidades em pleno funcionamento. Tivemos que ter muito cuidado para que o incômodo fosse o mínimo possível para todos, tanto condôminos quanto visitantes”, explica Marcelo.

    O gestor fez até um minidocumentário no Youtube sobre a obra, que você pode conferir aqui.

    Devido ao grande empenho em boas práticas durante a demolição da antiga estrutura, o condomínio está concorrendo no “Demolition Summit”, uma premiação mundial da área de construção civil, na categoria “Reciclagem e Meio Ambiente”, com outras três grandes obras ao redor do globo. O ganhador será revelado em Londres, no mês de novembro.

    Gestão condominial com visão de longo prazo

    Para o síndico, ter uma visão de longo prazo não apenas da gestão, mas das melhorias pelas quais a edificação deve passar, é fundamental.

    “O escritório de arquitetura que contratamos ofereceu não apenas uma solução técnica para o nosso problema, como um plano de revitalização para o condomínio. Ou seja: mesmo que eu não seja mais síndico, o empreendimento já tem um plano para seguir”, assegura ele.

    Outro objetivo do síndico, dessa vez a médio prazo, é resolver na Justiça um problema com a construtora do condomínio, que foi entregue em 2004.

    “Temos cerca de 150 vagas de garagem paradas devido a um litígio com a construtora do condomínio”, conta Marcelo.

    O plano do gestor é resolver o problema o mais breve possível para poder disponibilizar as vagas para os condôminos e seus clientes, e assim, ter mais uma fonte de renda para o condomínio.

    Fonte: https://www.sindiconet.com.br/

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