A tecnologia digital já tornou vários equipamentos obsoletos, como o telefone público, a câmara fotográfica e o radio-relógio. A chave de casa deve a sua próxima vítima.
A biometria tem se consolidado nos condomínios do País, já que um a cada três brasileiros já gostaria de abrir a porta de casa com a identificação de uma parte do corpo.
O dado é da pesquisa realizada pela empresa de identidade aumentada Idemia, em 11 países. Segundo o levantamento, o Brasil foi o país em que a população demonstrou o maior desejo, entre todos os pesquisados, de utilizar a biometria para acessar a própria casa.
“Para os moradores, o grande benefício é não precisar de chaves ”, conta o gerente predial Fernando Oliveira, responsável pela gestão de um condomínio de luxo com 44 apartamentos no Alto da Lapa, bairro nobre de São Paulo.
O condomínio já investiu cerca de R$ 150 mil em identificação biométrica, tanto para na portaria como para acessar áreas internas , como a academia e a piscina. “Alguns condôminos gostam tanto da tecnologia que estão adotando na porta dos apartamentos”, relata Fernando.
A última novidade do condomínio foi a biometria contactless , ou seja, sem contato, para acesso à garagem. Com ela, basta o condômino passar os dedos da mão em uma máquina que lembra um scanner para abrir a catraca.
Uma das vantagens da tecnologia sem contato é a rapidez da leitura , que garante segurança a quem está chegando em casa. “A tecnologia permite o fluxo de 50 carros por minuto”, afirma o gerente regional de Vendaspara Brasil e Cone Sul da Idemia, Ricardo Miralha.
Biometria contactless
Fernando ressalta que além da comodidade para o morador, a biometria ajuda na administração do prédio. “Com a biometria, fazer a gestão do acesso é muito mais fácil e seguro, porque temos os dados nas mãos”, explica. Segundo ele, em alguns casos, a tecnologia pode inclusive diminuir custos administrativos.
Para ele, a única desvantagem da biometria é a dificuldade de alguns moradores de fazer o cadastramento . “Temos alguns condôminos que são muito ocupados e não tem jeito, para usar a biometria tem que cadastrar. Por isso, às vezes, alguns demoram a utilizar a tecnologia”, afirma.
O preço das tecnologias de reconhecimento biométrico ainda não é acessível para todos, mas segundo Miralha, está caindo. “Nos últimos dez anos, o preço dos equipamentos de biometria caiu cerca de 60%”, calcula.
Smartphones foram a porta de entrada
A biometria já foi utilizada pelo menos uma vez por 94% dos brasileiros, segundo o levantamento da Idemia. A maioria deles (89%) por meio do desbloqueio biométrico do telefone celular.
Os números são bem superiores à média global . Nos 11 países pesquisados, 78% já tinham tido acesso à tecnologia e 63% com o desbloqueio do celular. “Com certeza o celular ajudou a popular a biometria e o brasileiro tem facilidade de absorver e utilizar novas tecnologias”, avaia Miralha.
Tendências
Segundo o especialista, existem outras tecnologias de reconhecimento biométrico além do reconhecimento da digital com ou sem contato.
Ele cita o reconhecimento de voz, do rosto, a leitura vascular, e a de íris. Para Miralha, porém, algumas tem aceitação melhor do que outras. “As pessoas têm um certo incômodo com a leitura de íris , por exemplo, porque é necessário passar uma luz nos olhos”, explica.
Entre as tendências, ele cita a leitura vascular. “Um método em crescimento. Inclusive ele consegue detectar, por exemplo, de um dedo está vivo ou morto”, afirma.
Isso significa que no caso da leitura da capilaridade das veias , não é apenas a impressão digital que conta, o que deixa o método mais seguro, já que cópias de silicone ou mesmo um dedo separado do corpo, não são lidos pela máquina.
“Novas tecnologias estão sendo criadas a todo momento”, afirma. Ele relata que existem métodos de reconhecimento pelo DNA da pessoa e pesquisas em desenvolvimento para reconhecimento biométrico pelo formato da orelha e pelo cheiro de cada ser humano.
Fonte: https://odocumento.com.br/ e IG Tecnologia.