Como agir quando a animação passa da conta e a festa começa a virar bagunça, incomodando o prédio todo
Salões de festas de condomínios costumam ser lugares onde momentos especiais são comemorados. Mas, apesar das regras internas que visam a garantir o divertimento sem perturbação da ordem, nada impede que um evento ou outro não possa registrar episódios desagradáveis, como som alto além da hora permitida e consumo exagerado de álcool e drogas por parte de alguns convidados. O que fazer?
Segundo Pércio Lowenthal, que responde por uma administradora de condomínios de São Paulo, o princípio básico é que o responsável pelo salão é a pessoa que o alugou, ou seja, o proprietário do apartamento. “Todo salão tem regras para uso que estão previstas no regulamento, assim como têm as demais áreas comuns”, ressalta.
Isso significa que, independentemente da festa estar sendo organizada por adultos ou adolescentes, não deve haver diferença na hora da abordagem. Se o problema for a questão do barulho além do horário, por exemplo, tanto o zelador quanto o síndico podem solicitar ao responsável que a festa seja encerrada, uma vez que está prejudicando o sossego de outros moradores.
Se houver drogas ou abuso de álcool, o zelador ou o síndico devem procurar os responsáveis propondo uma conversa, mas levando em conta que os ânimos podem estar alterados. Caso as regras não sejam respeitadas mesmo depois de uma conversa amigável, é possível tomar medidas mais severas, como a aplicação de multas e advertências. No caso da festa estar sendo coordenada por menores, o zelador ou o síndico deve chamar os pais dos responsáveis e adverti-los.
Todos para a delegacia – A especialista em Comércio Exterior Caroline Buzo morou em um condomínio onde frequentemente aconteciam festas nas quais havia muita bebida e drogas. Os vizinhos se queixavam, pois apesar de ser um condomínio com bastante infraestrutura, os prédios eram baixos e todos ouviam o barulho.
“Houve um episódio em que garotos estavam fumando maconha nas áreas comuns durante uma festa e um promotor que morava no prédio chegou com a família e viu. Foi um transtorno. Ele chamou a polícia e verificaram que um dos garotos – que não morava lá – estava com uma quantidade que caracterizava tráfico. O resultado é que foram todos levados para a delegacia”, conta ela.
Quando chamar a polícia – Antes que a polícia seja acionada o recomendável é tentar resolver eventuais problemas de forma amigável, o que, é claro, nem sempre dá certo. No caso de haver uma solicitação de presença policial por parte de algum vizinho, Lowenthal explica que normalmente os policiais vão até o local da festa e solicitam o seu encerramento.
“Cada condomínio tem uma regra, uma vizinhança, um estilo de levar os problemas. Cabe ao síndico ou ao zelador encontrar a melhor forma de resolver o que está errado. Minha dica é sempre usar calma, tentar fechar um acordo, avisar ao vizinho que as regras estão sendo quebradas e que é necessário acabar com a festa, pois está incomodando”, avalia o gerente da administradora.
Ele lembra também que é muito importante que haja bom senso por parte de quem está dando a festa. “Não é de hoje que todos sabem da existência de regras em condomínios. Portanto, quem alugar o salão, seja adulto ou adolescente, usuário ou não de bebida alcoólica e drogas, deve ter bom senso para não levar problemas nem para os outros nem para ele mesmo”, conclui.
De olho nas regras
- Cada condomínio tem suas regras internas com relação ao uso do salão, incluindo horário limite para devolução. Se o problema for excesso de barulho dentro do horário permitido, o ideal é pedir que o síndico ou o zelador procurem o responsável, buscando chegar a um acordo.
- O abuso de bebida alcoólica ou drogas também pode ser motivo para reclamação desde que quem abusou esteja passando dos limites e incomodando moradores que não têm nada a ver com a festa. Neste caso, também vale procurar os responsáveis para que tomem medidas.
- O recomendável ao síndico ou zelador no momento de tentar uma conversa amigável é citar as regras do condomínio, falar apenas o necessário e não discutir com quem estiver com o comportamento alterado.
Fonte: ICondominial