O mercado oferece uma infinidade de equipamentos eletrônicos para proteger o condomínio, mas como saber o que o prédio precisa? A própria percepção dos moradores e a contribuição de um especialista em segurança organizacional é uma forma eficaz de elaborar um plano de segurança para o edifício.
O conhecimento técnico do consultor e a exposição das necessidades de síndicos e condôminos trazem à tona as vulnerabilidades do ambiente e facilitam a escolha de soluções tecnológicas, sem esquecer-se dos cuidados com normas de procedimento e a possível necessidade de vigilância humana. De acordo com o consultor de segurança Izaías Otacílio da Rosa, desenvolver a segurança com foco na percepção dos decisores é uma tendência, pois cada condomínio tem suas particularidades. Não existe um modelo fechado. “É muito importante conversar com o síndico, conselho e até estabelecer uma assembleia para discutir como as pessoas percebem e aceitam a segurança”, recomenda.
O princípio segue a MCDAD (Metodologia de Multicritério em Apoio à Decisão), resultado do mestrado de Otacílio da Rosa sobre gerenciamento de riscos para segurança organizacional, pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O estudo será apresentado no 22º Cobrase (Congresso Brasileiro de Segurança Empresarial), em maio, em São Paulo.
Com base no diferencial e histórico do prédio é que se prepara o plano de segurança e escolhe os equipamentos. No caso da proteção do perímetro, “se está numa área critica onde ocorre uma série de furtos e outros crimes, precisa de uma ação consistente, com sistemas ativos podendo usar cercas elétricas e sensores. Se o condomínio já sofreu algum evento, precisa até um sistema mais ostensivo nos pontos mais vulneráveis, como as concertinas (cerca em espiral) com cercas elétricas no meio”, ensina Otacílio da Rosa.
“A minha recomendação é proteger o perímetro (muros ou grades), o acesso (portões) e a área de circulação. Se não der certo, poderá ter um assalto no prédio. Porque a partir do momento que um bandido entrar na porta e render o primeiro morador, assalta o prédio inteiro”, alerta. De portas fechadas Mas não adianta cuidar do perímetro, se os locais de acesso ficam normalmente abertos. “Se a porta estiver aberta, por que o intruso vai pular o muro ou a grade?”, questiona o especialista em segurança organizacional Izaías Otacílio da Rosa.
Segundo ele, para evitar esse tipo de situação, é preciso manter os portões fechados e ter um rígido controle de acesso. Nos portões eletrônicos das garagens um dos problemas é o tempo em que ficam abertos depois que os motoristas passam e acionam o fechamento automático. É um momento propício para um mal intencionado entrar no prédio. De acordo com o consultor, uma alternativa é o sistema de enclausuramento ou instalar um sensor a jato, que abre o portão em no máximo 15 segundos e, quando o veículo passa, fecha em seguida, pois tem um sensor de movimento. Na porta de entrada de pedestres, o mais seguro é o controle biométrico (através da digital).
Mas uma opção mais barata é o sistema de senhas pelo teclado alfanumérico. Mas no caso do acesso, não basta tecnologia, as normas de procedimentos são essenciais. “É preciso deixar bem claro que o portão deve ficar fechado. Pode ser feito campanhas de conscientização e inserir no regimento interno penalização se houver imprudência ou negligência”, enfatiza Otacílio da Rosa. Vigiar à distância Uma proteção eficaz leva em conta três fundamentos: recursos humanos, normas de procedimento e equipamentos tecnológicos.
Como nem todos os prédios têm poder de investimento para contratar vigilantes, o mercado oferece soluções para suprir essa necessidade. Entre eles os monitoramentos à distância, com sistemas de CFTV (Circuito Fechado de Televisão) e alarmes, que acionam a central em caso de algum evento anormal. No acesso de visitantes também pode ser utilizado monitoramente à distância. São instalados câmeras e sistema de comunicação. Da central da empresa, a recepcionista libera a entrada ou não.
“Se partirmos do princípio que rendendo o vigilante o indivíduo entrou no condomínio, é uma boa solução. Fica sem o funcionário ali e continua com a vigilância 24horas, só que de outro local”, explica. Com vigilante no prédio ou não, o visitante depois de entrar no portão deve ser monitorado nas áreas de circulação do condomínio. “Isso pode ser controlado por CFTV. Coloca as câmeras e a partir dali monitora”.
Fonte: CondomínioSC