Com o nível dos reservatórios caminhando para a marca limite de 25% da capacidade – atualmente está em 26,7%.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está a um passo para uma mudança drástica no sistema de rodízio de água e não há outra saída senão a população economizar água pra valer – veja dicas no fim do texto.
Há previsão de chuva para Curitiba e região metropolitana nesta quarta-feira (11). Entretanto, o volume não vai mudar o quadro grave de estiagem. Pode apenas distanciar os reservatórios da marca limite de 25% aumentando um pouco a quantidade de água, mas sem afastar o rodízio.
Atualmente, Curitiba e região metropolitana estão com rodízio de 36 horas de abastecimento para 36 horas sem água. Sem perspectivas de chuvas significativas para os próximos dias, o novo modelo de rodízio deve apertar para 24 horas com água a cada 48 horas na seca.
Para o diretor de comunicação e marketing da Sanepar, Hudson José, é fundamental que a população colabore com a economia de água.
“As pessoas podem fazer ‘chover’ se economizarem água”, afirma metaforicamente a importância de não se desperdiçar. “Por isso estamos insistindo tanto na campanha Meta 20% de economia. Isso é fundamental para a gente e tem conseguido postergar a chegada do rodízio mais severo”, apela o diretor. O plano da Sanepar é de que toda a população reduza em 20% o consumo de água para que o rodízio mais duro não seja implantado.
Com chuvas abaixo da média desde novembro de 2019, não só Curitiba e região como cerca de 70% de todo o território paranaense passa por um período crítico de estiagem. Na região Oeste, em Cascavel mais especificamente, a Sanepar já cogita também implantar o rodízio no abastecimento. Os rios Cascavel, Peroba e Saltinho e o manancial de abastecimento São José, inaugurado em menos de uma semana, registram queda de vazão acima de 40%.
Com tal quadro, o governo do estado prorrogou por mais seis meses o quadro de emergência hídrica no Paraná. Semana passada, o governador Ratinho Jr (PSD) foi a Brasília pedir apoio ao governo federal pra enfrentar a pior estiagem da história do estado. Ratinho Jr também pediu mobilização da bancada paranaense de deputados federais e senadores para mais investimentos da União e, que, segundo dele, serão “essenciais nos próximos meses”, já que até o verão a previsão é de que a estiagem não se abrande.
Défict de água é alto
Para normalizar o sistema e sair do rodízio, seriam necessários ao menos 600 milímetros de chuva. No entanto, a previsão para os próximos meses é de chuva abaixo da média histórica em todas as regiões do Paraná. “É grave! Isso nos traz uma realidade mais emblemática para o final da primavera. Temos aqui uma combinação perversa: falta de chuva e temperaturas elevadas”, prevê Hudson José.
Em contrapartida, o diretor da Sanepar defende as medidas adotadas pela companhia para amenizar a grave crise. “Realizamos ações que incluem um protocolo de gestão de crise, indo atrás de fontes alternativas, que água de pedreiras, com a do Orleans em Campo Magro. Antecipamos obras, trazendo mais dinamismo ao sistema. Também adotamos a campanha Meta 20%, o que tem tido um reflexo que foi fundamental para a gente”, revela.
Economias simples, grandes impactos
No consumo residencial, o diretor da Sanepar alerta para o maior vilão quando o assunto é economia de água: o chuveiro. O uso do chuveiro afeta o bolso tanto na conta de água como na de luz e a redução do banho pode impactar positivamente na crise hídrica.
“As pessoas ficam em média 10 minutos no chuveiro. Ele é o maior ladrão de água. Se você prestar atenção, pode tomar um banho tranquilo em 5 minutos. Isso não vai alterar a sua rotina”, sugere.
Outros vilões também podem interferir no consumo de água, como o uso da máquina de lavar roupas, o hábito de lavar a louça com a torneira aberta – prática comum entre as pessoas mais jovens. “São economias simples, ficar sem lavar a calçada, o quintal, ou mesmo colocar uma garrafa pet dentro da caixa acoplada do vaso sanitário. Medidas que não mudam em nada a rotina e fazem uma grande diferença. As pessoas precisam continuar colaborando para não agravar a crise”, finaliza José.
Quem duvida da economia que a mudança de hábitos pode trazer para o bolso e para a melhoria da situação da falta de água deve olhar o exemplo da família da fisioterapeuta Viviane Bach, 45 anos, moradora do bairro Fanny, em Curitiba, que diminuiu o consumo de água em 40% de um mês para outro. O consumo de água dela caiu de 17 m³, em agosto, para 10 m³, em setembro. A queda de cerca de 40% gerou R$ 86,65 de economia. Tudo resultado somente boa vontade.
Portanto, que tal seguir algumas dicas da Sanepar de economia de água? Aí vão elas. Pratique!
Dicas para economizar água
Feche a torneira
Ao lavar as mãos ou a louça, não deixe a torneira aberta todo o tempo. Isso evitará que vários litros de água tratada sejam desperdiçados.
Hora do banho
Seja rápido no banho. Cinco minutos embaixo do chuveiro ligado consomem aproximadamente 70 litros de água.
Basta um copo
Para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água. Evite deixar a torneira aberta.
Economia
Diminua as descargas. Regule periodicamente a válvula hidra ou a caixa de descarga.
Use a vassoura
Antes de lavar a calçada, use vassoura. Jamais use a água da mangueira para “varrer”a sujeira.
Lavando roupa
Junte roupas para lavar todas de uma só vez. Aproveite a água usada no tanque ou na máquina para lavar calçadas.
Tá Pingando!
Os maiores ladrões de água são vazamentos, torneira pingando e descarga desregulada. Faça manutenção regularmente.
Fazendo a barba
Não faça a barba com a torneira aberta o tempo todo. Use a água somente para molhar e enxaguar o rosto.
Tá na mão
Lavar as mãos com a torneira aberta o tempo todo causa um grande desperdício. Ao ensaboar as mãos, deixe a torneira fechada.
Reaproveite
A água do último enxágue das roupas, no tanque ou na máquina, pode ser usada para ensaboar tapetes, tênis, cobertores, pisos e calçadas.
Gaste menos
Ao lavar a louça, encha a cuba de água e deixe-a fechada. Evite deixar a torneira aberta, enxágue a louça toda ao final da lavagem. Assim, o gasto de água é bem menor.
Viajou? Fechou
Quando viajar, feche o registro do cavalete de entrada de água, evitando desperdícios e vazamentos.
Fonte: Tribuna PR