A higienização é o fator preponderante para aliar lazer e saúde na piscina do condomínio
Dar aquele mergulho em uma piscina de água cristalina num dia quente e ensolarado é um lazer prazeroso que faz desse espaço o mais disputado em um condomínio, sobretudo no fim de ano, quando as crianças estão de férias e muitos adultos conseguiram alguns dias de folga entre o Natal e início de janeiro. Além disso, é um equipamento que valoriza e deixa o prédio mais confortável, o que influencia no preço de venda de um apartamento, principalmente no Brasil, que conta com um dos povos mais apaixonados por piscinas.
A prova disso é que o país figura em segundo no ranking mundial de aparelhos instalados, com mais de 1,5 milhões de unidades, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins (ANAPP). Mas ter uma piscina no prédio não significa somente mais oferta de diversão, requer acima de tudo responsabilidade dos usuários e da administração, que precisa investir em segurança do local e cuidados com a água.
Acima da estética e do conforto, a higienização é o fator preponderante para aliar lazer e saúde. O edifício deve manter, por lei, a regularização da piscina junto à vigilância sanitária, por meio do Alvará Sanitário. A limpeza é realizada sobre dois aspectos, o físico e o químico. O tratamento pode ser realizado diariamente por um funcionário do edifício, desde que orientado por profissional.
De acordo com a resolução nº 003, de 2001, da Divisão de Vigilância Sanitária de Santa Catarina, o trabalho pode ser feito por empresas especializadas, farmacêuticos bioquímicos ou químicos, que devem fornecer ao condomínio um laudo sobre a qualidade da água, que deve ser afixado em local de fácil visualização. A norma solicita que a averiguação deve ser realizada a cada 15 ou 30 dias, o que depende da frequência de utilização, dimensão e situação da piscina.
Segundo a resolução, o cloro inserido na água – responsável por eliminar bactérias, fungos, algas e vírus – deve ser compreendido entre 0,8mg/l a 1,5 mg/l. Algumas pessoas possuem alergias ao produto, mas no mercado existem outros materiais com a mesma função, porém mais caros, como o tratamento com raios ultravioleta, que possui ação germicida. O PH (potencial hidrogeniônico), que expressa o grau de acidez ou basicidade de uma solução, deve estar entre 7,2 e 7,8, se estiver abaixo ou acima pode provocar irritação aos olhos. Já o índice de alcalinidade (quantidade de bicarbonatos) não está previsto na norma estadual, mas deve estar entre 60 a 220 mg/l, segundo especialistas.
Para garantir a qualidade, a água também deve estar isenta de bactérias do grupo coliforme e staphlococcus aureus e não apresentar proliferação de algas. Esses cuidados é que vão garantir a saúde dos usuários. “A água da piscina mal tratada pode causar problemas como contaminação microbiológica”, observa o gerente técnico da Hidroclínica, Cristiano Giovanella. Ele lembra que a análise deve ser realizada com equipamentos calibrados e aferidos de acordo com as normas técnicas exigidas pelo órgão certificador de qualidade. “A dosagem de produtos deve ser calculada por um profissional da área e o condomínio pode passar este serviço para um dos funcionários devidamente treinado por um profissional da área”, explica.
Entre as ações de referência física estão esfregar com esponja macia as calçadas ao redor da piscina, as escadas, os azulejos ou paredes de fibra e bordas. Também deve ser passada a peneira ou coadeira na água para retirar folhas e outros resíduos. Além da análise periódica, também é importante chamar um profissional quando ocorre qualquer variação na aparência da água ou no cheiro para que possa verificar o que provocou a mudança.
Manutenção na piscina sem retirada da água
Vazamentos e troca de azulejos são problemas que trazem dor de cabeça ao síndico. Além de possíveis consequências para a estrutura da piscina e do próprio imóvel, o vazamento também causa prejuízo no bolso e um azulejo quebrado na piscina pode ser um risco e ferir algum banhista. “Alguns vazamentos são de difícil detecção, pois nem sempre existem infiltrações visíveis, principalmente em piscinas. Muitas vezes a água é desviada para a terra provocando erosões”, lembra Alexandre Pedro da Rocha, da Subservi Piscinas. Um vazamento de um filete de 4 milímetros pode resultar em 13.260 litros de água por mês de desperdício, mais de três caixas d’água, diz. “Hoje, mesmo para serviços como troca de azulejos quebrados e fixar a tampa do ralo instalado no fundo, não é preciso esvaziar a piscina. O que evita desperdício e outros gastos”, garante Alexandre.
Segundo ele, cola especial e equipamento de mergulho bastam para fazer o trabalho embaixo da água. “No caso do vazamento, a identificação do problema é feita com aparelhos eletromagnéticos, que enviam um sinal em ondas para determinado local da piscina e o recebe de volta detectando qualquer anormalidade”, defende o especialista em Piscinas.
De acordo com o advogado Giovan Nardelli, de Balneário Camboriú, cabe ao síndico tomar algumas precauções caso ocorra algum problema referente à piscina. Em caso de contaminação da água, rachaduras ou defeitos, e a empresa não atende ao chamado de manutenção, ele recomenda que seja lacrada a piscina para impedir seu uso, além de informar aos moradores sobre qualquer falha detectada no equipamento. “Cumprindo com suas obrigações, o síndico fica isento de culpa, desde que não cometa omissão, negligência ou imprudência”, pondera Nardelli.
Fonte: CondomínioSC