Luz para iluminar, economizar, embelezar e dar segurança. A iluminação de ambientes pode parecer um tema simples, mas quando aprofundado, traz uma série de benefícios para o dia a dia dos condomínios. Para se ter uma ideia, basta dar um giro rápido pelo passado, época em que os espaços comuns da maioria dos edifícios podiam ser divididos apenas em garagens e hall de entrada. Hoje, no entanto, as possibilidades são diversas: jardins, churrasqueiras, salão de festa, academia, piscina, quadras de esportes, entre outros. Nesse contexto, a luz emerge como um ponto que merece atenção especial.
“Definir adequadamente um sistema de iluminação é uma tarefa que requer bastante estudo, passando pelos tipos de lâmpadas que serão usados, luminárias e melhor posição para instalação, além da análise de todos os fatores que vão colaborar para o melhor resultado e eficiência do sistema”, destaca a arquiteta Marina Makowiecky, especialista em projetos de iluminação. Ela ainda detalha que existe uma norma específica com recomendações sobre o assunto, a NBR 5413, que trata da iluminação artificial de interiores.
Diante da complexidade do tema, Marina aborda a iluminação voltada para quatro objetivos: economia, funcionalidade, decoração e segurança. Segundo a arquiteta, grande parte dos condomínios busca projetos nessa área com o intuito inicial de poupar na conta de luz. O resultado positivo, no entanto, vai muito além de simplesmente trocar as lâmpadas. “Quando o objetivo é a economia, pensamos na tecnologia led, hoje com custo mais acessível e excelente eficiência”, comenta ela, ao acrescentar que esse tipo de lâmpada pode ainda ser aliada a sistemas de sensores automáticos conforme programação, já que o led não se desgasta com o “acende e apaga”.
Para o barato não sair caro
Embora pareça simples apenas trocar as lâmpadas, Marina pede atenção, já que o barato pode sair caro. “O profissional que atua na área de iluminação sabe dimensionar adequadamente a quantidade e qual a melhor luminária a ser usada, uma vez que existem centenas de modelos no mercado para cada ambiente e situação”, explica a arquiteta. Para melhor visualização, ela exemplifica: há a opção de dois modelos de luminária, por R$ 10 ou R$ 15 cada. Caso seja escolhida a de R$ 10, são necessárias 50 unidades. A de R$ 15, no entanto, necessita de apenas 30, já que é mais eficiente.
A busca por novas soluções desse tipo deu certo no Residencial Amadeus, no bairro Estreito, em Florianópolis. Segundo a síndica, Scheila Silva, a construtora entregou o edifício com um bom projeto, mas era possível melhorar ainda mais com pequenos ajustes. As lâmpadas, então, foram substituídas por led e a iluminação foi melhorada na entrada do edifício e em cantos mais afastados, para contribuir com a segurança. “A iluminação ideal é aquela que atende funcionalmente a cada ambiente. Áreas de fácil acesso de estranhos e maior fluxo de pessoas devem estar bem iluminadas, a fim de evitar situações de perigo aos usuários e funcionários do condomínio”, frisa a arquiteta.
Sensores automáticos ou interruptores?
No quesito funcionalidade, a síndica Scheila conta que são utilizados sensores de presença, que permitem a iluminação apenas quando necessário. “Funciona muito bem e a manutenção é baixa”, detalha ela sobre o sistema, que também é aprovado por Marina. Em espaços que não são utilizados com frequência, por sua vez, como salão de festas e churrasqueira, o acionamento é feito por interruptores. Nesses ambientes, a arquiteta explica que os projetos também são pensados de forma específica quanto à intensidade da luz, para estimular o tipo de atividade desenvolvida no local. Como exemplo, ela cita as quadras esportivas e academias, em que a iluminação é homogênea e intensa, para que não desperte a sensação de relaxamento no usuário.
Considerados todos os pontos, a decoração se torna um item que também é abordado com cuidado. Nesse caso, a arquiteta apontou alguns problemas frequentes: iluminação em focos sem sentido, como paredes, e paisagismo mal projetado, que resulta em lâmpadas queimadas com frequência (ou utilização das versões de cor verde, que consomem muita energia). No condomínio Amadeus, por exemplo, as floreiras ganharam vida nova com a iluminação adequada. E o balanço final do projeto, segundo a síndica Scheila, foi bom. “É um investimento muito baixo com retorno certo. Valeu muito a pena. Ainda há a opção de mapear e fazer em partes”, finaliza a síndica.
A iluminação para cada ambiente
Salão de festas: adaptação para diferentes situações, com opção de luz geral para festas de crianças (facilita a atenção dos pais) e luz mais aconchegante para jantares.
Quadras de esporte e academias: iluminação geral e homogênea, para evitar a fadiga visual que surge com os contrastes entre luz e sombra. O nível da luz também é mais elevado, para intensificar a atividade e não estimular o relaxamento do usuário.
Garagens, áreas de fácil acesso de estranhos e espaços com alto fluxo de pessoas: boa distribuição de luz, para evitar áreas escuras por conta da segurança.
Fonte: CondmoínioSC