Lidar com aqueles que nunca estão felizes é desafio em condomínio
por Marcio Rachkorsky
‘Haters’ é uma expressão nova em nosso vocabulário e significa “os que odeiam”, “odiadores” ou simplesmente uma pessoa que não está feliz com o êxito, a conquista ou a felicidade de outra pessoa e prefere atacar e criticar, expondo, maldizendo e fazendo o mau.
O ambiente dos “haters” é quase sempre virtual, pois atuam nas redes sociais, com inveja e covardia.
Nos condomínios, os “haters” atacam síndicos, conselheiros, moradores e funcionários. A ação quebra a harmonia, gera discórdia e afeta até a imagem do prédio (e a valorização das unidades), já que ninguém quer morar ou investir num lugar sabidamente tenso. Há casos de moradores que resolvem mudar de endereço de tão nefasto e aniquilador os ataques e as intrigas.
A comunicação efetiva da administração com os moradores é a forma mais eficiente de combater os “haters”. Ela evita boatos e mantém os moradores cientes sobre obras, contas, problemas e ocorrências.
A criação de um canal oficial para críticas, ideias e sugestões, com respostas rápidas, técnicas e impessoais, também funciona.
Não raramente, no entanto, os “haters” cometem crimes de calúnia, injúria, difamação, ódio racial e homofobia, atingindo em cheio a honra e a moral de um vizinho.
Nesses casos, o caminho é colher as provas materiais e testemunhais e adotar as medidas judiciais cabíveis –não só na esfera civil, mas, sobretudo, na criminal.
Os “haters” podem sofrer ainda sanções administrativas, com advertências, notificações e multas. Nos casos mais graves, eles podem ser rotulados como moradores antissociais, sujeitos a multas de dez vezes o valor da quota condominial.
O papel do síndico é fundamental para manter a ordem, agindo como um pacificador social. Acompanhei o trabalho de um condomínio que contratou os serviços de uma psicóloga para analisar e atuar junto aos moradores mais exaltados.
A iniciativa resultou em uma palestra aos moradores sobre respeito, críticas construtivas e amizade. Ao síndico e à sua equipe, ficou a lição para que deem mais importância às críticas e aos anseios dos moradores. Todos saíram ganhando nessa, prevenindo e evitando litígio
Fonte: SindicoNet