Com o fim do verão e a chegada do outono, as luzes das áreas comuns dos condomínios passam a ser acesas mais cedo novamente. A conta de energia chega mais cara, embora existam soluções para reduzir esse gasto. Dependendo do tipo de iluminação utilizada, a economia pode ser significativa, mantendo, ainda, a eficiência, a segurança, a durabilidade e o embelezamento do edifício.
Projeto
O primeiro passo, segundo a arquiteta especialista em iluminação Glaci Refosco, da Studio Refosco Architettura, em Florianópolis, é – antes de qualquer investimento – realizar um projeto elétrico e de iluminação para identificar os recursos mais viáveis. “Elaborar um projeto para que a carga utilizada seja calculada em função da área que será iluminada, observando a quantidade de horas que as lâmpadas ficarão acesas e o efeito estético que se deseja conseguir, é a primeira etapa”, explica.
A segunda orientação é, sempre que possível, evitar o uso das lâmpadas incandescentes, visto que essas consomem mais energia, têm baixa durabilidade e eficiência, sendo 5% da energia destinada para luz e os 95% restantes dissipadas em calor. “Hoje em dia podemos ter recursos de iluminação com lâmpadas mais econômicas, mas conseguindo o mesmo resultado das lâmpadas incandescentes”, salienta a arquiteta.
Áreas comuns internas
Para as áreas comuns internas do condomínio, Refosco indica a utilização de lâmpadas frias – fluorescentes ou de led –, principalmente pelo tempo que essas lâmpadas permanecem acesas. Também se deve evitar o uso de incandescentes que liberam radiação em áreas onde as pessoas permanecem mais tempo, como portarias, recepções e salões de festas.
Em alguns pontos de destaque, porém, as incandescentes podem ser mantidas em pequeno número, conforme explica a arquiteta Glaci: “Onde houver obras de arte ou objetos que devam ser ressaltados, podemos fazer uso delas sem problemas. O ideal é que exista harmonia na escolha da iluminação difusa e pontual”, pondera.
Outra opção eficiente e resultante de economia significativa é o uso dos sensores de presença – sistema de iluminação de ativação automática que mantém as lâmpadas desligadas quando as áreas ficam ociosas . “Os sensores são indicados em áreas de passagem, garagens, corredores e ambientes em que as pessoas permanecem por pouco tempo”, considera Refosco, acrescentando que nas garagens, normalmente, a iluminação é feita de forma difusa e com lâmpadas frias.
Jardins e fachada
A iluminação externa (jardins e fachada, por exemplo) exige mais atenção. Alguns modelos de lâmpadas apresentam uma capa protetora, com função de filtro, que impede a entrada de poeira e sujeiras, aumentando sua vida útil. A capa também ajuda a reduzir o ofuscamento ao direcionar o olhar para a lâmpada. De acordo com a arquiteta, os modelos mais comuns são: HaloPAR 20, HaloPAR 30 e HaloPAR 38. “São referências que possuem uma das melhores qualidades de luz, com característica mais robusta”, ressalta.
Segundo ela, as lâmpadas de descarga (HID) também são muito utilizadas para áreas externas. Dentre essas estão os tipos: vapor de sódio, vapor de mercúrio ou mistas. “Damos preferência para o modelo multivapor metálico, que é uma lâmpada de vapor de mercúrio, aperfeiçoada e de altíssima eficiência energética; possui excelente reprodução de cores, longa durabilidade e baixa emissão de calor”, diz. O modelo multivapor serve para destacar e é comumente usado em vitrines de lojas, em fachadas de praça e, no tocante a condomínio, na fachada do prédio.
Economia rea
A síndica Maria Aparecida dos Santos, do Condomínio Edifício Adolfo Zigelli, em Florianópolis, decidiu, com aprovação em assembleia, fazer uma reforma no hall de entrada e trocar toda a iluminação. “O prédio é muito antigo e precisava ser revitalizado. A aparência, principalmente, estava arcaica. Reuni os moradores em assembleia e conseguimos aprovar o orçamento. Esperamos mais economia”, conta.
O Condomínio Costão da Barra, em Balneário Camboriú, teve praticamente toda a parte da iluminação reformada. O zelador Marcos Neves conta que cerca de 500 lâmpadas foram trocadas para o modelo led e, ao fazer um cálculo comparativo por um período de dois meses em época de alta temporada, o Condomínio economizou R$ 20 mil em energia.
“O investimento inicial para o tipo led foi mais caro, em compensação o retorno foi bem maior. Além disso, a durabilidade do tipo led é extremamente superior. Vale a pena”, ressalta. O zelador conta que o edifício ficou mais embelezado e relata que, nos jardins, tiveram uma surpresa: até as plantas foram favorecidas, pois o calor emitido pelas incandescentes, antes não percebido, matava as palmeiras e as folhas. “As plantas e flores do nosso jardim estão mais vistosas e continuam em destaque na iluminação”, comemora.
Compare
Lâmpadas Incandescentes – São mais populares no mercado, com custo de compra mais baixo. A única vantagem deste produto é que o Índice de Reprodução de Cores (IRC) é 100%. Entretanto, emite mais calor porque, quando o filamento recebe corrente elétrica, a liberação de energia é maior. Quanto mais potente a lâmpada em watts, maior o seu consumo de energia e mais calor irá emitir.
Lâmpadas fluorescentes – Estas consomem menos energia e têm uma vida útil maior em relação às incandescentes, porém, seu valor de compra é variável. As lâmpadas fluorescentes funcionam de maneira semelhante às do tipo neon. Tem IRC de 85% e não produzem calor, ou seja, não aquecem o ambiente. De acordo com a temperatura de cor, podem emitir luz branca, azulada ou amarelada.
As lâmpadas de LED (Lighting Emitted Diodes) – São dispositivos semicondutores que convertem energia elétrica diretamente em energia luminosa, através de chips de minúscula dimensão. Apresentam consumo extremamente baixo e vida longa. As leds estão cada vez mais eficientes, superando a eficiência das lâmpadas incandescentes. São monocromáticas, emitem luz somente numa faixa do espectro da luz, por isso não se aplica IRC, nem temperatura de cor. Geralmente usadas como iluminação de destaque em residências, comércio e ambientes públicos.
Fonte: CondomínioSC